O cheiro de pudim de leite condensado da avó Lúcia é memória afetiva de infância que está gravada na alma da sanjoanense Simone Lemos. Os sabores da cozinha da mãe Irene, outra quituteira de mão cheia, também a remetem às reconfortantes lembranças de tempos idos.
Adulta, circunstâncias da vida levaram Simone a morar em São Paulo e Cuiabá. Na primeira ela entrou no mundo da confeitaria pela aliciante porta do chocolate. Cursos, workshops e prática a colocaram na galeria dos conceituados chocolatiers.
Em Cuiabá, as temperaturas insanas derreteram as possibilidades dela continuar o trabalho com o chocolate. Bolos e tortas passaram a ocupar as doces empreitadas —buffets e eventos— da chef pâtissier.
A volta a São Paulo, anos depois, proporcionou a ela mais aperfeiçoamento, desafios e imersão na área.
O projeto Fornarii resgatou Simone Lemos para o Crepúsculo natal. Ela implantou e vai comandar a pâtisserie da casa, desde a fabricação artesanal até a exposição e o servir na Dona Gertrudes.
Dando um break na dura lida, entre gostosuras lindas, cremosas e coloridas, ela respira e abre o coração:
“Amo o que eu faço. Muito mais do que ganhar dinheiro, eu quero causar emoção nas pessoas, despertar nelas recordações de cozinha de família, de sobremesas de mãe, de vó, de tia. E essa emoção pode vir de doces mais elaborados, mas também da beleza simples de um café com bolo num fim de tarde”.
Dona Gertrudes olha pra Simone, abre os abraços e clama: “Vem logo, menina”.
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