segunda-feira, 12 de junho de 2017

Panettone

Milão, norte da Itália, século XV: provavelmente num destes acasos que proporcionam as grandes sacadas culinárias, nasceu o alimento que é um dos mais simbólicos do Natal.
Sua excelência, o panettone. O pão doce de berço italiano que está mais do que sedimentado na nossa cultura.
São João da Boa Vista, leste do estado brasuca de São Paulo, século XXI: a Fornarii não afronta o clássico. Ela faz no panettone uma respeitosa releitura da tradição.
O chef padeiro Fernando de Oliveira desenvolveu uma exclusiva receita para a padoca mais bacana da cidade.
Farinha especial francesa e fermento natural italiano são a essência da massa adocicada, cujo processo de maturação dura 72 horas. Livre de conservantes, o panettone Fornarii é extremamente macio e suavemente úmido. No miolo delicado, aromatizado com uma infusão de cascas de laranja, convivem pacificamente uvas-passas marinadas no vinho e frutas cristalizadas extra-qualidade.
A cobertura? Amêndoas!, isso mesmo, exclamação!, uma crosta de amêndoas. Diria o poeta-gastrônomo: “um sagrado manto crocante”.
Dona Gertrudes, extasiada, comete uma indiscrição: “Conde Bauducco ainda tem o meu apreço, mas depois desse encanto amendoado da Fornarii, não o recebo mais na minha sala de jantar”.

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